Como maximizar a vida útil
da sua coluna

As colunas utilizadas nas análises cromatográficas são as grandes responsáveis pelo poder de separação do conjunto sistema/método. Nesse sentido, o objetivo de todo analista é maximizar sua vida útil e garantir a reprodutibilidade entre as injeções.

Para isso, alguns pontos de cuidado devem ser levados em consideração, como: 

·        Preparo da fase móvel; 

·        Manuseio; 

·        Limpeza; 

·        Armazenamento. 

No preparo de FM deve-se sempre utilizar água ultra purificada com TOC < 20ppb, solventes orgânicos sempre grau HPLC, evitar ao máximo os que são grau PA, pois possuem outros solventes como impureza. Este mesmo olhar deve ser colocado ao usar aditivos, aqueles famosos sais para constituir as soluções “tampão”. 

Não esqueçam nunca de filtrar a FM com membranas de porosidade adequada, conforme tamanho de partículas da coluna, esse procedimento evita que materiais particulados entupam os filtros da coluna e, ainda mais crítico, entupam os caminhos internos do leito. 

Verificar sempre a compatibilidade da FM pretendida com a Fase Estacionária (FE) da coluna, com atenção especial ao uso de pareadores iônicos. A tecnologia desenvolvida atualmente resultou em novas FE que são capazes de substituir esses reagentes, vale a pena uma pesquisa com os fabricantes e um bate papo com os representantes, eles sempre possuem boas dicas de qual FE escolher. 

Os cuidados com a FE são de fundamental importância na conservação da vida útil das colunas cromatográficas, o uso de FM com pHs extremos podem causar danos irreversíveis, caso a coluna não esteja preparada para isso. Por exemplo, pH ácido pode favorecer a hidrolise do grupamento ligante, em contrapartida, pH alcalino pode solubilizar a sílica, causando “sangramento”. 

O fluxo de FM utilizado é outro fator a ser considerado, pois as sílicas são desenvolvidas para suportarem certa resistência mecânica e, essas especificações estão descritas nas suas características. 

Fluxos muito altos podem causar destruição do recheio, como quebra por velocidade ou podem gerar pressões muito altas que podem compactar as partículas, além de causar desgastes nos componentes do equipamento, como bomba e selo. 

Ao utilizar temperaturas além da temperatura ambiente, tem-se que considerar o desgaste que isso pode causar, pois a cada 10ºC de incremento de temperatura, dobra-se a velocidade de decomposição da FE. 

Nunca se deve deixar a coluna com temperatura acima do ambiente, no forno, sem estar passando um fluxo de FM, isso pode causar evaporação dos solventes com consequente “rachaduras” no recheio. 

A carga de amostra introduzida na coluna também deve ser pensada, não só a concentração do(s) analito(s) avaliados, mas toda a somatória de componentes da matriz, já que a massa total suportada depende da área superficial e volume da coluna. 

Seguindo no preparo de amostra, o diluente escolhido também deve ser compatível com a FE, para não causar nenhum dano no recheio e, SEMPRE filtrar com membranas de porosidade adequada. 

Após utilização da coluna é de primordial importância que ela seja “lavada”, os procedimentos de limpeza devem ser suficientemente bons para retirar os aditivos utilizados na FM, principalmente os sais, evitando que eles precipitem e entupam filtros e leito, e eficaz o suficiente para retirar resíduos de substâncias orgânicas, principalmente oriundos da matriz analisada, que podem aderir nos sítios da FE e não saírem mais. 

Por fim, o armazenamento das colunas cromatográficas deve ser adequado, elas precisam estar bem fechadas, para evitar que sequem, assim como não podem sofrer variações de temperaturas e choques mecânicos. O(s) solvente(s) que elas serão armazenadas também é dependente da composição da FE, pois devem ser compatíveis. 

Lembrem-se, coluna cromatográfica é um consumível do laboratório, por mais que todos os cuidados sejam rigorosamente seguidos, elas possuem uma vida útil e irão “morrer” após uma grande sequência de análise. 

É importante que seja escolhida a coluna mais adequada para a rotina pretendida, leiam sempre os catálogos dos fabricantes, verifiquem o manual da coluna e conversem com um cromatografista e desenvolvedor de métodos analíticos, há várias ótimas opções no mercado, há um universo de opções, não fiquem presos às tradicionais C18. 

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